ANIMA DECOLORUM EST

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domingo, 20 de dezembro de 2009

É NATALLLL!!!

Esta é minha mensagem de fim de ano. Fuck off para quase todos os padrões!! Quase todos, porque, afinal de contas, alguma coisa tem de lembrar a época, né?

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

2009 - retrospectiva

1 - O ano começou com festa, claro, de Réveillon, na casa de Beth Leivas. Uma delícia, como sempre.

2 - Filmes:
Crepúsculo. Muuuuuuuuuito melhor que o livro - que me perdoem os fãs de Mrs. Meyer.
Alguém que me Ame de Verdade. Feliz encontro de duas culturas que se mostram muito semelhantes em sua ortodoxia. Faz a gente pensar nas nossas escolhas.
O Curioso Caso de Benjamin Button. Interessante, mas vale mais pelos efeitos e por Cate Blanchett.
O Leitor. Performance impressionante de Kate Winslet, que lhe valeu o Oscar desse ano.
Dúvida. Meryl Streep, soberba, como quase sempre. Phillip Seymour Hoffman se firmando como bom ator, depois do Oscar.
Quem quer Ser um Milionário? Bollywood encontra Hollywood. Resultado? Oscar!
Gran Torino. Clint Eastwood se despedindo do cinema em grandíssimo estilo.
Simplesmente Feliz. Sempre vou gostar de Mike Leigh.
Divã. Filme simplesmente delicioso! Assisti duas vezes, veria mais umas vinte! Consolidei minha admiração por Lília Cabral.
De Repente, Califórnia. Filme gostosinho, quase memória-de-melão não fosse a beleza dos atores e da descoberta de Matt Alber na trilha sonora.
Caramelo. Filme palestino (!). Bom para saber que lá as pessoas são comuns também.
A Partida. Maravilhoso filme japonês sobre a morte e a dignidade do trabalho.
Há muito Tempo que te Amo. Filme francês. Conflitos franceses. Temática universal.
Valsa com Bashir. Animação sobre conflitos em Israel. Soporífero.
À Deriva. Brasileiro mostrando que sabe fazer filme sem precisar de grandes orçamentos. Fotografia belíssima. Mesmo diretor da bosta que é O Cheiro do Ralo. Contradição.
Estamira (DVD). Uma porrada na boca do estômago, mas um documentário belíssimo sobre a sociedade pós-consumo.
Paris. Filme francês (óbvio?) muito bom de ver: a cidade luz desglamourizada. Ótimo.
Gesto Obsceno. Filme israelense que é o retrato do que eu gostaria de fazer com quem abusa do poder.
Harry Potter VI. Alterações absurdas do que está no livro. Sei não, achei muito esquisito. Mas é um Harry Potter...
Um conto de Natal. Catherine Deneuve como a matriarca de uma família em conflito. Bonzinho.
A Festa da Menina Morta. Esperava mais, muito mais daquele filme.
O Visitante. Encontro de duas culturas envolvidas com imigração ilegal. Comovente.

3 - Teatro:
Olá, Pessoa. Monólogo gay para seis corajosos na platéia. Texto razoável, tornado sublime pela interpretação de Alexandre Cioletti.
Zoológico de Vidro. Cássia Kiss impressionante em um texto impresionante. Morri de inveja, queria fazer parte daquele elenco.
O Lustre. Não é porque me afeiçoei a Anna Campos e Enedson Gomes, mas é um espetáculo bem gostoso de assitir.
Till. A atriz Inês Peixoto se firma como a melhor atriz de minha geração.
As Monas Lisas. Uma bosta de texto, atores no extremo da caricatura. Perda de tempo.
Calendário de Pedra. Monólogo de Denise Stoklos. Sensações contraditórias de beleza e espanto, de desconfiança e admiração.
O Auto da Compadecida. Espetáculo delicioso, de texto já conhecido e direção de Alexandre Toledo.
Camila Baker. Boa comédia de Kalluh Araújo. Eu diminuiria uns 15 ou 20 minutos para ficar mais redondinho.
Tudo o que você Gostaria de Saber sobre Sexo, está na Hora de Perguntar. Renato Millani impagável como a vovó que fala de sexo.

04 - Música:
Orquestra Filarmônica de MG. Fiz assinatura. De 16 concertos, assisti 12. Maravilha é termo modesto para descrever o que testemunhei.
Tony Bennet. O deus da voz americana, em franco declínio, arrebanhando uns dólares dos latino-americanos.

05 - Atuação:
Perigo, Mineiros em Férias. Duas temporadas, uma na e uma para a Campanha de Popularizaçãodo Teatro e da Dança. Ao final da segunda, fui "demitido". Não achei ruim.
A Revolta dos Brinquedos. Temporadas na e para a Campanha, mais algumas viagens pelo interior. Adoro fazer.
Poema do Concreto Armado. Espetáculo que surgiu na minha vida como uma grande oportunidade de experimentar. Estreamos em novembro, após muitos laboratórios e ensaios. O resultado tem sido bom.
Rowena Xalamander. Minha alter-ego clown se apresentou apenas uma vez, no aniversário do Marco Antônio, em setembro. Gravei um CD que não foi lido pelo aparelho de som do Helder, tive que improvisar.

06 - Oficinas:
Feminilização. Ofereci para os atores de Camila Baker. Acho bacana que reconheçam algo que sei fazer.
O Ator Jogador. Dentro do ECUM, Encontro Mundial de Artes Cênicas. Foi bom...
Bonsai. Comecei a aprender o que é e como fazer um. Foram 4 aulas semanais. Estou agora tentando desenvolver dois, um pessegueiro e um ipê. É a arte da paciência.
UFMG. Fiz uma disciplina isolada, muito chata, infelizmente transferida para a PUC. Abandonei quando soube do resultado da segunda etapa da prova de mestrado.
Comprei DVD's para aprender ou conhecer melhor o francês, o italiano e o alemão. Não tive disciplina suficiente.

07 - Emprego:
Fui demitido da empresa em que trabalhava havia 2 anos. Juntei um bom FGTS. Sobrevivi de seguro desemprego todo o primeiro semestre. No segundo semestre, fiz dois trabalhos avulsos para a ex-empresa. Estranho, né? Espalhei currículos o ano inteiro, me inscrevi num site de empregos, sem resultado. O único que resolveu me aceitar, uma gráfica, fez comigo um teste, mas não deu certo. Estou desatualizadíssimo.
Tentei cinema, fazendo um teste para o filme Uma Professora Muito Maluquinha. Não deu certo.

08 - Livros:
muuuuuuuuuuuuuuuuuuitos.

09 - Terapia:
Foram doze sessões, sempre muito proveitosas.

10 - Sexo:
Foram, em média, três sessões por semana, entre com e sem parceiro, o que dá mais ou menos cem camisinhas.

11 - Projetos:
Tentei mestrado na UFMG. Gastei uma fábula em livros caros para a prova. Tirei 100 na prova de língua estrangeira, mas fracassei na segunda etapa.
Publiquei meu livro, Os Moinhos, e estou em campanha para vender toda a edição. Ainda. Mandei exemplares para a Cia. das Letras, Rocco, Autêntica, e nenhuma resposta. Fiz um lançamento muito gostoso no Usina, um belíssimo domingo de manhã.
Estou escrevendo o segundo, Os Dias de Grigory, com vistas à publicação em 2010.
Tentei uma bolsa pela Funarte para Criação Literária. Não consegui.
Comecei um blog chamado GM4PW, ou Gay Movement for the Peace in the World. Ainda estou escrevenso seu corolário.
Queria ter montado Tour de Force, dois monólogos de meia hora, mas não consegui diretor.
Fotos trabalhadas no Photoshop. Ainda não mostrei nenhuma.
Fiz inscrição para o I Comunica-MG, mas não compareci.

12 - Dinheiro:
Comprei muitos livros, roupas, DVD's e CD's. Assinei internet e jornal. Banquei a publicação do livro. Não soube administrar.

13 - Assisti 227 vezes Priscilla, a Rainha do Deserto. É uma fuga, eu sei, mas eu gosto daquele clima escapista. Continuo assistindo sempre que quero fugir.

14 - Saúde:
Fiz convênio com a Santa Casa. Já fiz consultas acerca de minha lombar, de um acidente que tive no olho esquerdo, da minha pele. Tem me valido.
Faço academia três ou quatro vezes por semana. Emagreci sete quilos, criei tanquinho.
Durmo de oito a nove horas por noite.
Fiz dois testes de aids, cada um para um projeto de pesquisa diferente.

15 - Beleza:
Desisti, por enquanto, de ter cabelo. Estou de cabeça raspada. Evito tomar sol pra não manchar mais ainda a pele.
Comprei um sabonete esfoliante da Natura para fazer barba. Ótimo.

16 - Festas:
Quase sempre em casa de amigos. É onde me divirto: jogando conversa fora. Uma delícia. Fui uma vez ao Paco Pigalle. É bom enquanto tem espaço pra dançar. Fui ao baile de formatura do sobrinho Evandro no Mix Garden. Festão.
Baile dos Artistas. Sempre uma delícia.

17 - Viagens:
São Paulo. Feriado de Corpus Christi. Exposição do amigo Leo Brizola. Parada Gay. Dia dos Namorados. Frio. Delícia.
A Trabalho. Com teatro, pelos interiores de Minas.
Itabirito. Um chalé escondido entre as pedras vermelhas. Calor e frio ao longo do ano.
Tiradentes. Carnaval. Uma cidade linda, uma casa acolhedora.

18 - Fui feliz, infeliz, alegre, triste, otimista, pessimista, bravo, calmo. Criei poesia, vivi poesia. Vivi. Confesso.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

ABSCESSO

Estou sentindo falta de mim, daquele que eu era, inocente, que fugia para debaixo de uma mesa e fingia que tudo estava bem. Queria voltar ao tempo em que a vida era uma tarde de verão com biscoito, requeijão Poços de Caldas e O Guarani. Em verdade, o que estou é triste pela maturidade dolorosa, pelo tempo inexorável, pela decepção com as mentiras, inconfidências, coisas mesquinhas, egoísmos. Pô, que se foda o mundo, eu vim aqui para amar e ser amado, para ser feliz com o que eu escolher fazer, para confiar apenas em mim e no que sou capaz.

Mas sigo me eternizando em volumes absolutos de merda.

Acho que ainda preciso pensar mais em mim, preciso de um pouco mais de mim, eu que sempre e tanto pensei nos outros...

Não gosto de sobressaltos. Não gosto de ter o estômago comprimido, não gosto de ficar trêmulo. Não gosto de sentir ódio, de me decepcionar com as pessoas, me deixa doente.

Estou com uma forte sensação de angústia. Como algo estagnado, prestes a explodir. É como uma nuvem, você sabe que vai chover, mas não sabe onde ou quando. Uma sensação como esta pode significar qualquer coisa. Espero que seja uma mudança para melhor.

Sinto remorso pelo que estou fazendo comigo mesmo. Não estou me permitindo seguir minha intuição.

Estou muito decepcionado com o mundo. As decepções estão se repetindo com uma frequência não desejada. Tenho vontade de sair dessa cidade. Estou me transformando num animal descrente e insensível. Será que era isso que o mundo esperava de mim desde o começo?

Existe alguma coisa que está me chamando, esse um-novo-eu, parece que aquilo que se espera que eu faça vai modificar minha aparência, como uma plástica. O velho-eu é a casca da cigarra que precisa ser descartada. Parece que vou ficar mais alto. Parece que a determinação é uma roupa nova, completamente diferente daquela que costumo usar.

As gotas de chuva, uma vez caídas, não são capazes de voltar imediatamente ao céu. Elas se transformam primeiro, e jamais serão as mesmas novamente.