É isso aí, fui ver cinemão em shopping. É um risco, o shopping é um lugar cuja fauna humana é imprevisível: você tanto pode sentar ao lado de um catedrático da UFMG quanto atrás de um bando de araras adolescentes. É uma aventura. A qualidade da sessão vai depender da sorte.
Tive sorte. Até mesmo minhas mortais inimigas, as vilãs Pipocas Infinitas, mesmo audíveis, estavam longe.
E o cinemão era Simplesmente Complicado. Só fui porque era com Meryl Streep. Podia perfeitamente ter esperado para ver na TV a cabo, daqui a alguns meses.
Sabe filme melão, aquele que a gente arrota e esquece? Pois é. Era só colocar atores brasileiros, e aquilo seria mais um capítulo da nova novela. Tudo idílico, tudo ideal, todo mundo rico, talentoso, casas enormes, carros potentes, faculdade cara. O roteiro tem piadas boas, humor adulto, sofisticado, bem bacana, mas nada daquela singeleza que há por trás do filme anterior da diretora/roteirista Nancy Meyers, O Amor não Tira Férias. É bem verdade que Mrs. Streep vale o ingresso. Qualquer porcaria que ela faça vale o ingresso. Ela é melhor que Mrs. Hepburn, que me desculpem os puristas hollywoodianos. Outro que vale o ingresso é o ainda cheio de charme Alec Baldwin, mesmo fora de forma e com uma mancha negra na família, o homofóbico Stephen.
Ignore o Steve Martin, está completamente deslocado de seu meio, que é o holofote central.
Ah, sim, vale também a trilha sonora, com a co-autoria do brasileiro Heitor Pereira, ex-Simply Red.
Eh... de que filme mesmo eu estava falando?