Bem, a sala não é das mais perfeitas para se assistir a um filme, mas percebi, com alívio, que as Pipocas Infinitas ficaram lá fora.
O foco do filme também não era perfeito. Havia uma faixa na parte superior da tela que desfocava tudo.
Mas o resto era Paris. A cidade dos prédios centenários e dos absurdos arquitetônicos. A cidade do carinho entre irmãos e da sinceridade que machuca. Não que eu seja contra a sinceridade, mas sei que existem sempre dois modos de se dizer a mesma coisa, e os parisienses parecem gostar do pior deles.
Enfim, o filme de Cédric Klapisch, o mesmo de Albergue Espanhol. Ele mesmo, parece estar se especializando em contraposições, sejam humanas, raciais, culturais, visuais ou arquitetônicas.
É um filme pungente. As coisas nem sempre saem como gostaríamos, e quando elas se voltam contra nós é necessário saber que jogo jogar. Alguns personagens sabem, outros não, e temos aí outra categoria de contraposição.
É bom ver uma Paris desmistificada pelas lentes de Klapisch. É chato achar que a mulher parisiense será sempre aquela elegantíssima, consumidora do que há de melhor nas revistas. Foi bom ver Juliette Binoche como a parisiense média, cheia de problemas e tentando resolver a sua vida da melhor forma possível, como todo mundo, sem sequer passar na porta de uma loja chic.
Um filme longe de ser bobo. Europeus sabem contar histórias.
Delícia de texto. Estou com saudades de você por demais. Acho bom marcarmos um happy-hour urgente.
ResponderExcluirContinue com as esperanças renovadas sobre trabalho. Qualquer coisa te aviso.
Beijo grande