ANIMA DECOLORUM EST

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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Babagamush e os meandros de Paris

Bem, a sala não é das mais perfeitas para se assistir a um filme, mas percebi, com alívio, que as Pipocas Infinitas ficaram lá fora.
O foco do filme também não era perfeito. Havia uma faixa na parte superior da tela que desfocava tudo.
Mas o resto era Paris. A cidade dos prédios centenários e dos absurdos arquitetônicos. A cidade do carinho entre irmãos e da sinceridade que machuca. Não que eu seja contra a sinceridade, mas sei que existem sempre dois modos de se dizer a mesma coisa, e os parisienses parecem gostar do pior deles.
Enfim, o filme de Cédric Klapisch, o mesmo de Albergue Espanhol. Ele mesmo, parece estar se especializando em contraposições, sejam humanas, raciais, culturais, visuais ou arquitetônicas.
É um filme pungente. As coisas nem sempre saem como gostaríamos, e quando elas se voltam contra nós é necessário saber que jogo jogar. Alguns personagens sabem, outros não, e temos aí outra categoria de contraposição.
É bom ver uma Paris desmistificada pelas lentes de Klapisch. É chato achar que a mulher parisiense será sempre aquela elegantíssima, consumidora do que há de melhor nas revistas. Foi bom ver Juliette Binoche como a parisiense média, cheia de problemas e tentando resolver a sua vida da melhor forma possível, como todo mundo, sem sequer passar na porta de uma loja chic.
Um filme longe de ser bobo. Europeus sabem contar histórias.

Um comentário:

  1. Delícia de texto. Estou com saudades de você por demais. Acho bom marcarmos um happy-hour urgente.
    Continue com as esperanças renovadas sobre trabalho. Qualquer coisa te aviso.
    Beijo grande

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