ANIMA DECOLORUM EST

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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

BABAGAMUSH VERSUS SHERLOCK HOLMES

Legal. O melhor horário para se evitar as Pipocas Infinitas é às duas da tarde de uma segunda-feira. Calor lá fora, ar condicionado e relativo silêncio. Enfim, começa a fita.
Confesso que desconfiei bastante quando soube que Sherlock Holmes estava sendo rodado sob direção de Guy Ritchie. Conhecido por seus filmes independentes, de baixo orçamento e histórias pra lá de bizarras, Ritchie é o que se pode chamar de enfant terrible. Lembra do clipe da Madonna em que ela coloca uma velhinha tomando coca-cola no banco do passageiro de um carro e sai por uma cidade barbarizando? Pois é, a direção é dele. Aos filmes dele não faltam cenas de violência beirando a gratuita, submundo e que-tais.
Pois é. Sherlock Holmes, o filme, tem tudo isso. Nada de xadrez Burberry e a elegância clínica dos filmes e séries antigos, a submissão quase cômica do Dr. Watson, gordinho e vários metros mais baixo que Sherlock. O Watson de Ritchie é ninguém menos que Jude Law, que quase não tem tempo de mudar de expressão, tamanha a velocidade das sequências. Robert Downey, vários metros mais baixo que Law, nem tenta: a cara é a mesma do começo ao fim, me fazendo lembrar aquela impagável personagem de Marília Pêra num humorístico dominical dos 80: quando o diretor questionou o fato dela não fazer a expressão que ele pedia, veio a explicação - o que mudava era o pé. Pois é: do pescoço pra baixo, Downey é uma expressão só.
Sherlock Holmes, é claro, tem tudo pra ser uma franquia do tipo Indiana Jones. Isso eu já pensava ontem. Hoje, pesquisando sobre Ritchie, descobri que há um segundo Sherlock sem título sendo produzido, com direção de Ritchie. A fórmula é a mesma das aventuras do arqueólogo: filme de época com ritmo vertiginoso, explosões e lutas coreografadas ad exaustam, num roteiro que beira o fantástico, com magia e bruxaria aliados aos efeitos visuais de tirar o fôlego. Ponto e vírgula.
Créditos finais: surpresa! Ritchie só dirigiu o longa! Não deu pitaco em produção, em roteiro, em nada! Por isso o filme me pareceu tão diferente do que ele costuma fazer - quer dizer, as coisas que ele costuma fazer estão lá, só que com uma sofisticação visual que só muuuuuuuito dinheiro consegue produzir... Ou seja, o enfant terrible, ao que parece, se rendeu a Hollywood!
E já estou roendo as unhas pelo próximo.

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