CARNAVAL GLOBELEZA É UMA COISA QUE ME CHOCA
Principalmente quando a falta de
senso sai do controle.
O Carnaval sempre foi uma festa
em que a permissividade era vista com tolerância. Desde as Bacanais – festas
gregas em homenagem a Baco, deus do vinho e, consequentemente, da embriaguez, –
neste tipo de celebração originária das festas de plantio, em que se cultuavam
deuses de fertilidade (Deméter, Vênus, Baco...) para que as colheitas fossem
abundantes, aconteciam permissividades, digamos, beeeem interessantes. Daí,
juntou-se essa ideia com a Festa dos Bobos, dia em que o Rei permitia que todos
fizessem e dissessem o que queriam.
No Brasil, em plena década de 70,
houve o advento (?) da “sexualidade livre”, apimentada pela coqueluche do momento,
a droga sintética. Foi multiplicada por mil pela tevê e pelo cinema pornochanchada.
O desbunde total ganhou os salões cariocas e, como consequência, o Brasil todo.
As tevês e revistas, em sua
cobertura “jornalística” dos bailes de salão, mostravam apenas dez por cento do
que realmente acontecia. E assim foi, num crescendo, até que tudo que dizia
respeito ao Carnaval era sinônimo de SEXO.
E era um sexo excludente. Como na
música sexista e preconceituosa do Tim Maia, “vale tudo, só não vale
homem-com-homem nem mulher-com-mulher”. Quer dizer, a coisa acontecia em todas
as cores e tons, só que as câmeras privilegiavam apenas o que homens brancos
heteros preferiam.
E aí, eis que estreia na globo a “mulata
globeleza”, símbolo máximo do que a emissora pensa da festa: completamente nua,
com as pudendas cobertas de miçangas que mudavam de cor à medida em que dançava,
a mulata rebolava em todos os horários da grade da emissora, de programas
infantis à novela das nove.
Trocando em miúdos: não se dava
muita importância ao fato de que aquelas “inocentes” vinhetas estavam
hiperssexualizando o Carnaval, transformando uma festa que nada mais era do que
uma preparação para a Quaresma (há que se desenvolver esse tema mais tarde,
pois a Igreja se apropriou daquele período de espera entre a semeadura e a
colheita, misturou com um ou outro fato sobre Jesus e deu o nome de Quaresma.)
em uma irrefreável Bacanal no pior sentido do termo.
Consequências? Várias. Aumento do
consumo de álcool e drogas, aumento do número de mulheres estupradas, aumento
do número de roubos e assaltos, tudo ao contrário do que prega o verdadeiro
espírito do Carnaval: a alegria da semeadura, a esperança da colheita, a honra
aos deuses que regem a terra, essas coisas ultrapassadas.
Hoje em dia, tolerância e
permissividade são um perigo à integridade física das pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Biiiip. No momento não posso atender. Deixe seu recado após o sinal. Biiiip.