Minha terapeuta me falou para não ficar sufocando minhas frustrações. Reconhecê-las e permitir que elas sigam seu curso. Assim, é mais fácil se livrar delas.
Preceitos budistas já diziam isso. Tanto a felicidade quanto o sofrimento têm duração curta. O que dá a eles a sensação de que se prolongam é o valor que damos a eles.
Então, imaginem o tanto de palavrões com os quais gostaria de exorcizar minhas frustrações mais recentes. Só imaginem, e me imaginem também berrando, dando socos na parede, essas coisas que gente louca faz e que, só agora, compreendo. Elas não são loucas, loucos somos nós, que implodimos nossa loucura ao invés de a explodirmos.
Todo mundo tem suas frustrações, todos os dias. Um zíper que não fecha, por exemplo. Um livro que não acaba como gostaríamos.
Vivo recebendo e-mails dizendo para viver cada segundo de cada vez, mas é difícil. A gente está acostumado a viver o agora pensando no daqui a pouco, e quando o daqui a pouco chega nos frustramos pois não aproveitamos o agora no devido tempo.
Outra coisa. Estou precisando ser mais cruel. Sou muito bonzinho, desde criança. Aprendi com meus pais a ser mais tolerante com as coisas, mas acho que agora posso construir minhas próprias convicções. E uma delas é que estou sendo bonzinho demais. Obediente demais (antigamente se falava "Bem-mandado"). Frustrado demais. Chega.
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