ANIMA DECOLORUM EST

ANIMA DECOLORUM EST
ANIMA DECOLORUM EST

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

O QUE ME CHOCA 02 - 28 DE JANEIRO DE 2016

SERTANEJO UNIVERSITÁRIO É UMA COISA QUE ME CHOCA

Principalmente se o cantor tem voz anasalada. É complicado escutar. E a explicação quando você questiona “isso não é sertanejo nem na China”? A resposta é para rir até 2020: “Isso não é sertanejo, é sertanejo universitário!”

É diferente, entende? Cantor sertanejo é aquele que canta o Sertão, suas belezas e dores. Para a terminologia moderna-e-contemporânea, foi classificado como Sertanejo-de-raiz. Já o Sertanejo-universitário é aquele que transforma o conjunto homem-mulher em um sistema binário que gera todo um gama de canções que no fundo, no fundo, querem dizer a mesma coisa: “mulher, se submeta a mim porque te comer é uma delícia”. E aquela mulherada que não entende o que é machismo e jamais entenderá o feminismo grita, arranca os cabelos e CANTA JUNTO!!

E tem o Forró-universitário, terceira e mais popular categoria do quadrinômio zabumba-triângulo-viola-sanfona! Sim, porque primeiro tem o Forró-de-raiz (aquele que anima as genuínas festas do interior nordestino, com letras que cantam o nordeste e a malícia ingênua do dançar agarradinho) e depois veio o Forró Pé-de-Serra (que já deixa o Nordeste pra lá e só quer saber do dançar agarradinho, cuja malícia não é mais tão ingênua assim...).

Agora, estou aqui pensando no termo “universitário”. Um dia eu fui um, mas será que entendo o que o termo significa? Fico me lembrando das festinhas das repúblicas de estudantes universitários que frequentei na década de 90, onde a bebida mais cara que rolava era a Catuaba Selvagem, os salgadinhos eram os chips genéricos que eram comprados no quilo (sabe aquelas lojas de biscoitos, em que os tais ficam em sacos transparentes enormes numa prateleira alta?), a música era vinil-e-vitrolinha e a libertinagem corria solta, todo mundo junto e misturado, tudo muito permissivo, com os evangélicos incomodados sendo despachados para dormir em outro lugar.

Então seria isso? Descompromisso total com qualquer coisa que cheire a qualidade? Música feita na base do tudo-pode-porque-tudo-se-encaixa-no-termo? Tudo muito permissivo (“Só não vale dançar homem-com-homem nem mulher-com-mulher...”) porque é assim que a gente gosta?

Vixe! Sei não. Em geral, uma coisa sempre evolui para outra quando a fórmula original dá sinais de desgaste. Tenho um pouco de medo do que pode acontecer depois que esses universitários passarem pela formatura...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Biiiip. No momento não posso atender. Deixe seu recado após o sinal. Biiiip.