Eu estava com torcicolo. Dos brabos. Tipo usar um cachecol em plena noite de primavera. Um saco. Mas fui assim mesmo.
Quase duas horas depois, saio de lá e vou comer um mix de empanadas no Pizza Sur. Ou seja, queria digerir o que vira com uma das maiores delícias de Belo Horizonte.
Durante todo o espetáculo, fiquei pensando em outro que vira. Comparando e chegando à conclusão de que fazer coisa boa na cidade está proporcionalmente mais difícil quanto mais fácil fica fazer coisa ruim. O Auto da Compadecida (claro, todo mundo conhece a história de João Grilo e Chicó, escrita por Ariano Suassuna e filmada nos 80 pelos Trapalhões, o melhor filme deles, e nos 00 por Guel Arraes, com Fernanda Montenegro no papel-título) estava no Marília, teatro da prefeitura, quase sem apoio ou patrocínio nenhum. O outro espetáculo, uma das piores coisas que já vi na vida, estava em teatro particular, e com uma quantidade bem grande de apoiadores. Sei lá, acho que o mundo está emburrecendo, e só não o faz de vez porque existem pessoas que produzem coisas boas como o Auto.
Claro que há coisas boas e outras nem tanto no Auto. Comparado com o outro, no entanto, é uma peça excelente. Achei o conjunto ótimo, sob a batuta do Alexandre Toledo: cenário, figurino, músicas, atores. Pequenos detalhes que me incomodaram, como a voz pequena de dois atores e o contraponto de energias entre os atores que faziam Chicó e João Grilo, passariam despercebidos não fosse o meu torcicolo, que multiplicava por cem o que me incomodava. Não consegui rir muito, apesar do ritmo e da graça que vi. A cada arranco que o riso dava no corpo, o pescoço dava uma fisgada que me fazia gemer. Saco. Queria ter rido mais.
Parabéns à Companhia da Farsa por permitir que o Bom Espetáculo continue respirando.
ANIMA DECOLORUM EST
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Babagamush e um certo Calendário da Pedra
Pois é, fui ver Denise Stocklos. Conheci essa mulher na década de 80, através de um programa de entrevistas da Rede Cultura chamado O Advogado do Diabo, cujo entrevistador era ninguém menos que Sargentelli. Não, você não está se equivocando, tampouco eu estou: aquela voz cavernosa era mesmo do cara das famosas mulatas.
O espetáculo tem, pelo menos, quatro anos, data em que um amigo meu o assistiu no Rio de Janeiro. Ou seja, em se tratando do ícone cultural que Denise se tornou ao longo da carreira, com seu talento e profissionalismo, era de se esperar que o espetáculo estivesse mais que maduro a esta altura.
Vocês estranhariam se eu dissesse que me decepcionei com essa esperança?
Parecia, no mínimo, que Denise não fazia este espetáculo há um bom tempo. Pausas fora de hora e lugar, respirações entrecortando e estrebuchando as frases do monólogo me deram a nítida impressão de que ela estava pelejando para lembrar o texto, e isso me incomodou profundamente. Se aquele monte de equívocos, palavras trocadas, hesitações, suspiros, faziam parte da interpretação, de forma a aproximar o texto da platéia e sugerir que aquilo estava sendo criado ali na hora, para mim funcionou foi como um contraponto bem esquisito à soberba performance corporal e facial da artista. As duas coisas juntas não batiam bem. Me lembrei de uma performance que resolveria bem esta questão: o espetáculo da francesa Isabelle Huppert, imóvel no centro do palco por mais de duas horas, só falando.
Eu queria mais liga naquele texto, que é bonito, é poético, me atiça, me instiga, mas que não consegui fruir como acho que ambos, texto e eu, merecíamos. Tirando isso, o material facial e corporal que Denise nos oferece é irretocável, é de uma beleza plástica, poética, instigante sem tamanho. Bebi cada segundo de sua incrível gestualidade.
Queria ter visto o espetáculo com Denise menos cansada.
O espetáculo tem, pelo menos, quatro anos, data em que um amigo meu o assistiu no Rio de Janeiro. Ou seja, em se tratando do ícone cultural que Denise se tornou ao longo da carreira, com seu talento e profissionalismo, era de se esperar que o espetáculo estivesse mais que maduro a esta altura.
Vocês estranhariam se eu dissesse que me decepcionei com essa esperança?
Parecia, no mínimo, que Denise não fazia este espetáculo há um bom tempo. Pausas fora de hora e lugar, respirações entrecortando e estrebuchando as frases do monólogo me deram a nítida impressão de que ela estava pelejando para lembrar o texto, e isso me incomodou profundamente. Se aquele monte de equívocos, palavras trocadas, hesitações, suspiros, faziam parte da interpretação, de forma a aproximar o texto da platéia e sugerir que aquilo estava sendo criado ali na hora, para mim funcionou foi como um contraponto bem esquisito à soberba performance corporal e facial da artista. As duas coisas juntas não batiam bem. Me lembrei de uma performance que resolveria bem esta questão: o espetáculo da francesa Isabelle Huppert, imóvel no centro do palco por mais de duas horas, só falando.
Eu queria mais liga naquele texto, que é bonito, é poético, me atiça, me instiga, mas que não consegui fruir como acho que ambos, texto e eu, merecíamos. Tirando isso, o material facial e corporal que Denise nos oferece é irretocável, é de uma beleza plástica, poética, instigante sem tamanho. Bebi cada segundo de sua incrível gestualidade.
Queria ter visto o espetáculo com Denise menos cansada.
terça-feira, 25 de agosto de 2009
Babagamush e os meandros de Paris
Bem, a sala não é das mais perfeitas para se assistir a um filme, mas percebi, com alívio, que as Pipocas Infinitas ficaram lá fora.
O foco do filme também não era perfeito. Havia uma faixa na parte superior da tela que desfocava tudo.
Mas o resto era Paris. A cidade dos prédios centenários e dos absurdos arquitetônicos. A cidade do carinho entre irmãos e da sinceridade que machuca. Não que eu seja contra a sinceridade, mas sei que existem sempre dois modos de se dizer a mesma coisa, e os parisienses parecem gostar do pior deles.
Enfim, o filme de Cédric Klapisch, o mesmo de Albergue Espanhol. Ele mesmo, parece estar se especializando em contraposições, sejam humanas, raciais, culturais, visuais ou arquitetônicas.
É um filme pungente. As coisas nem sempre saem como gostaríamos, e quando elas se voltam contra nós é necessário saber que jogo jogar. Alguns personagens sabem, outros não, e temos aí outra categoria de contraposição.
É bom ver uma Paris desmistificada pelas lentes de Klapisch. É chato achar que a mulher parisiense será sempre aquela elegantíssima, consumidora do que há de melhor nas revistas. Foi bom ver Juliette Binoche como a parisiense média, cheia de problemas e tentando resolver a sua vida da melhor forma possível, como todo mundo, sem sequer passar na porta de uma loja chic.
Um filme longe de ser bobo. Europeus sabem contar histórias.
O foco do filme também não era perfeito. Havia uma faixa na parte superior da tela que desfocava tudo.
Mas o resto era Paris. A cidade dos prédios centenários e dos absurdos arquitetônicos. A cidade do carinho entre irmãos e da sinceridade que machuca. Não que eu seja contra a sinceridade, mas sei que existem sempre dois modos de se dizer a mesma coisa, e os parisienses parecem gostar do pior deles.
Enfim, o filme de Cédric Klapisch, o mesmo de Albergue Espanhol. Ele mesmo, parece estar se especializando em contraposições, sejam humanas, raciais, culturais, visuais ou arquitetônicas.
É um filme pungente. As coisas nem sempre saem como gostaríamos, e quando elas se voltam contra nós é necessário saber que jogo jogar. Alguns personagens sabem, outros não, e temos aí outra categoria de contraposição.
É bom ver uma Paris desmistificada pelas lentes de Klapisch. É chato achar que a mulher parisiense será sempre aquela elegantíssima, consumidora do que há de melhor nas revistas. Foi bom ver Juliette Binoche como a parisiense média, cheia de problemas e tentando resolver a sua vida da melhor forma possível, como todo mundo, sem sequer passar na porta de uma loja chic.
Um filme longe de ser bobo. Europeus sabem contar histórias.
domingo, 23 de agosto de 2009
Barriga é barriga, gorda ou magra, todo mundo tem
BARRIGA É BARRIGA...
"Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais. Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa do Jô, dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte. Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um atleta que tenha chegado aos 80 anos ecitar personalidades longevas que nunca fizeram ginástica ou exercício- entre elas o jurista e jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o humorista arrematou com um exemplo da fauna: A tartaruga com toda aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha vivido 15 anos? Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O letrista compositor e intérprete baiano era conhecido como pai da preguiça. Passava 4/5 do dia deitado numa rede,bebendo, fumando e mastigando. Autêntico marcha-lenta, levava 10 segundos para percorrer um espaço de três metros. Pois mesmo assim, e sem jamais ter feito exercício físico, viveu 90 anos. Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai dessa enquanto você ainda tem saúde... E viva o sedentarismo ocioso!!! Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. Você terá toda a eternidade para ser só osso!!! Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!! O elefante só come verduras e é GORDOOO!!! VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!! Você, menina bonita, tem pneus? Lógico, todo avião tem! E nunca se esqueçam: 'Se caminhar fosse saudável, o carteiro seria imortal."
Esse texto do Jabor (se é que é dele mesmo...) me instigou a dar uma resposta. Sempre acho que as coisas da vida têm sempre dois lados, e é sempre bom conhecê-los.
A Federação Internacional de Natação (Fina), seção Brasil, premia todo ano os atletas destaques do esporte. A maior parte das categorias é Master, ou seja, atletas acima de 30 anos. As categorias vão até 90 anos, e hoje esse troféu se chama Maria Lenk por causa da nadadora que morreu aos 90 anos se preparando para mais uma rodada de competições. É bem verdade que outros esportes exigem sempre um preparo físico de jovem (atletismo, futebol, etc.,), mas tenho certeza de que esses jovens se preparam para exercer outras atividades na maturidade. Eles não "morrem", como é insinuado no texto.
A baleia é gorda por necessidade. Elas normalmente vivem em águas frias e precisam da capa de gordura para se proteger, além de servir de "reserva calórica" para a longa migração para as águas quentes, para reprodução. O elefante é gordo pelos mesmos motivos: a África é um continente onde o clima é bastante adverso, e a gordura serve de reserva de alimento. A tartaruga vive 300 anos não porque ela é lenta, mas porque a natureza dotou-a de outros mecanismos de reprodução, diferentes dos dos coelhos. Aliás, os coelhos precisam ser rápidos porque sua carne é muito apreciada. Por isso eles morrem antes, não exatamente porque são velozes.
O texto tem um fundo de verdade: o movimento acelerado do ser humano, impregnado à força em nosso DNA pelas agências de propaganda e ideologias "primeiromundistas", está acabando com a raça. Já existem movimentos de desaceleração das atividades humanas, como a "slow-food", movimento surgido na França há uns dois anos. Realmente não precisamos dessa pressa toda. Ela é prejudicial à nossa saúde. Mas nos comparar às outras espécies da natureza é chato. Cada espécie se adapta como pode ao ambiente, não temos o direito de julgá-las e, nesse julgamento, nos comparar a elas. Se a pessoa está feliz com seus quilinhos, quem somos nós para chamá-la de gorda? Como podemos julgar ruim uma pessoa feliz consigo mesma? Precisamos é nos espelhar nela, e não fazer com que ela se encaixe nos padrões que as Marie Claires da vida estabeleceram. Se a pessoa é feliz fazendo seus exercícios aeróbicos, comendo comida saudável, assistindo bons filmes, convivendo com amigos, porque temos que ameaçá-la com uma morte breve? Temos raiva da felicidade dos outros? O mundo todo tem que ser infeliz, só porque eu não estou satisfeito com o corpo e a mente que tenho? Poxa...
Muitas vezes as pessoas me criticam por achar lindas certas figuras que, para os olhos gerais, são feias. Elas são lindas porque se aceitam como são. Isso, pra mim, é tesouro.
O texto do Jabor, pra mim, funciona só como piada, mas rir de uma coisa não significa concordar com ela.
Obrigado à amiga Cris por ter me mandado o texto. Com ele, acabei descobrindo mais coisas sobre mim mesmo, e isso, amiga, não tem preço.
"Barriga é barriga, peito é peito e tudo mais. Confesso que tive agradável surpresa ao ver Chico Anísio no programa do Jô, dizendo que o exercício físico é o primeiro passo para a morte. Depois de chamar a atenção para o fato de que raramente se conhece um atleta que tenha chegado aos 80 anos ecitar personalidades longevas que nunca fizeram ginástica ou exercício- entre elas o jurista e jornalista Barbosa Lima Sobrinho - mas chegou à idade centenária, o humorista arrematou com um exemplo da fauna: A tartaruga com toda aquela lerdeza, vive 300 anos. Você conhece algum coelho que tenha vivido 15 anos? Gostaria de contribuir com outro exemplo, o de Dorival Caymmi. O letrista compositor e intérprete baiano era conhecido como pai da preguiça. Passava 4/5 do dia deitado numa rede,bebendo, fumando e mastigando. Autêntico marcha-lenta, levava 10 segundos para percorrer um espaço de três metros. Pois mesmo assim, e sem jamais ter feito exercício físico, viveu 90 anos. Conclusão: Esteira, caminhada, aeróbica, musculação, academia? Sai dessa enquanto você ainda tem saúde... E viva o sedentarismo ocioso!!! Não fique chateado se você passar a vida inteira gordo. Você terá toda a eternidade para ser só osso!!! Então: NÃO FAÇA MAIS DIETA!! Afinal, a baleia bebe só água, só come peixe, faz natação o dia inteiro, e é GORDA!!! O elefante só come verduras e é GORDOOO!!! VIVA A BATATA FRITA E O CHOPP!!! Você, menina bonita, tem pneus? Lógico, todo avião tem! E nunca se esqueçam: 'Se caminhar fosse saudável, o carteiro seria imortal."
Esse texto do Jabor (se é que é dele mesmo...) me instigou a dar uma resposta. Sempre acho que as coisas da vida têm sempre dois lados, e é sempre bom conhecê-los.
A Federação Internacional de Natação (Fina), seção Brasil, premia todo ano os atletas destaques do esporte. A maior parte das categorias é Master, ou seja, atletas acima de 30 anos. As categorias vão até 90 anos, e hoje esse troféu se chama Maria Lenk por causa da nadadora que morreu aos 90 anos se preparando para mais uma rodada de competições. É bem verdade que outros esportes exigem sempre um preparo físico de jovem (atletismo, futebol, etc.,), mas tenho certeza de que esses jovens se preparam para exercer outras atividades na maturidade. Eles não "morrem", como é insinuado no texto.
A baleia é gorda por necessidade. Elas normalmente vivem em águas frias e precisam da capa de gordura para se proteger, além de servir de "reserva calórica" para a longa migração para as águas quentes, para reprodução. O elefante é gordo pelos mesmos motivos: a África é um continente onde o clima é bastante adverso, e a gordura serve de reserva de alimento. A tartaruga vive 300 anos não porque ela é lenta, mas porque a natureza dotou-a de outros mecanismos de reprodução, diferentes dos dos coelhos. Aliás, os coelhos precisam ser rápidos porque sua carne é muito apreciada. Por isso eles morrem antes, não exatamente porque são velozes.
O texto tem um fundo de verdade: o movimento acelerado do ser humano, impregnado à força em nosso DNA pelas agências de propaganda e ideologias "primeiromundistas", está acabando com a raça. Já existem movimentos de desaceleração das atividades humanas, como a "slow-food", movimento surgido na França há uns dois anos. Realmente não precisamos dessa pressa toda. Ela é prejudicial à nossa saúde. Mas nos comparar às outras espécies da natureza é chato. Cada espécie se adapta como pode ao ambiente, não temos o direito de julgá-las e, nesse julgamento, nos comparar a elas. Se a pessoa está feliz com seus quilinhos, quem somos nós para chamá-la de gorda? Como podemos julgar ruim uma pessoa feliz consigo mesma? Precisamos é nos espelhar nela, e não fazer com que ela se encaixe nos padrões que as Marie Claires da vida estabeleceram. Se a pessoa é feliz fazendo seus exercícios aeróbicos, comendo comida saudável, assistindo bons filmes, convivendo com amigos, porque temos que ameaçá-la com uma morte breve? Temos raiva da felicidade dos outros? O mundo todo tem que ser infeliz, só porque eu não estou satisfeito com o corpo e a mente que tenho? Poxa...
Muitas vezes as pessoas me criticam por achar lindas certas figuras que, para os olhos gerais, são feias. Elas são lindas porque se aceitam como são. Isso, pra mim, é tesouro.
O texto do Jabor, pra mim, funciona só como piada, mas rir de uma coisa não significa concordar com ela.
Obrigado à amiga Cris por ter me mandado o texto. Com ele, acabei descobrindo mais coisas sobre mim mesmo, e isso, amiga, não tem preço.
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Babagamush e a presença de Estamira
Não, não está nos cinemas. Não mais. Talvez você o encontre em locadoras, talvez apenas na Cineccitá, para quem está em Belo Horizonte.
É uma porrada no centro da boca do seu estômago. É filme pra não mais esquecer. É filme pra mudar de vez o jeito com que se encara o mundo. É filme pra crescer, pra virar gente de verdade.
Estamira é um filme que documenta a história de Estamira. Faz a gente perceber que a realidade é muito mais surreal que o mais louco Burroughs, ou o mais bêbado Bukowski, ou o mais fantasioso García Marquez. Faz a gente desprezar de uma vez o burguesismo de Proust. Cada frase que a mulher (formato homem par) diz é um reflexo da realidade que ela vive, e ela vive numa realidade muito louca ou, como ela mesma diz, numa suprema sanidade.
Estamira é a mulher que jogamos fora. Vive no e do lixo. É a mulher que a gente não quer mais ver, por isso ela se faz invisível. Só que o invisível também filosofa. "A criação toda é abstrata." "Quase todo mundo está alerta. Erra quem quer." " A morte é dona de tudo." "Tudo que é imaginário existe, tem, e é."
A miséria real nos leva a conclusões muito mais profundas que a ficcional. Nossos valores hipócritas são jogados como cuspe na nossa cara. E se você, depois de ver esse filme, não se emocionar, não mudar completamente sua visão de mundo (é clichê, mas é precioso) , não começar a questionar seu papel nesta sociedade, não melhorar como ser humano, então você está mais entranhado(a) de lixo que a própria vida de Estamira.
É uma porrada no centro da boca do seu estômago. É filme pra não mais esquecer. É filme pra mudar de vez o jeito com que se encara o mundo. É filme pra crescer, pra virar gente de verdade.
Estamira é um filme que documenta a história de Estamira. Faz a gente perceber que a realidade é muito mais surreal que o mais louco Burroughs, ou o mais bêbado Bukowski, ou o mais fantasioso García Marquez. Faz a gente desprezar de uma vez o burguesismo de Proust. Cada frase que a mulher (formato homem par) diz é um reflexo da realidade que ela vive, e ela vive numa realidade muito louca ou, como ela mesma diz, numa suprema sanidade.
Estamira é a mulher que jogamos fora. Vive no e do lixo. É a mulher que a gente não quer mais ver, por isso ela se faz invisível. Só que o invisível também filosofa. "A criação toda é abstrata." "Quase todo mundo está alerta. Erra quem quer." " A morte é dona de tudo." "Tudo que é imaginário existe, tem, e é."
A miséria real nos leva a conclusões muito mais profundas que a ficcional. Nossos valores hipócritas são jogados como cuspe na nossa cara. E se você, depois de ver esse filme, não se emocionar, não mudar completamente sua visão de mundo (é clichê, mas é precioso) , não começar a questionar seu papel nesta sociedade, não melhorar como ser humano, então você está mais entranhado(a) de lixo que a própria vida de Estamira.
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Babagamush à deriva
Relacionamento é igual as notas musicais. São sempre as mesmas, mas existe uma infinidade de combinações, e de cada combinação uma infinidade de interpretações.
À Deriva, filme de Heitor Dhalia, é uma dessas interpretações. Pelo roteiro tem-se a impressão de ser um filme comum - adolescente fica revoltada quando descobre que o pai tem uma amante - mas isso é tudo que o filme não é. Não acho que o filme seja, necessariamente, um filme sobre relacionamentos. Ele é isso, também, mas acho que ele vai um pouco mais fundo: ele mostra o quanto podemos perder de nossa vida quando nos fiamos pelas aparências. E logo nas primeiras cenas o roteiro dá a dica: é um filme onde não acontece nada, pelo menos na superfície, do lado de fora de nossos olhos. Só que, na verdade, é um mergulho fundo. Onde? Vai assistir pra ver.
E as Pipocas Infinitas, supremo prazer, não compareceram!! Viva!! Viva!!
À Deriva, filme de Heitor Dhalia, é uma dessas interpretações. Pelo roteiro tem-se a impressão de ser um filme comum - adolescente fica revoltada quando descobre que o pai tem uma amante - mas isso é tudo que o filme não é. Não acho que o filme seja, necessariamente, um filme sobre relacionamentos. Ele é isso, também, mas acho que ele vai um pouco mais fundo: ele mostra o quanto podemos perder de nossa vida quando nos fiamos pelas aparências. E logo nas primeiras cenas o roteiro dá a dica: é um filme onde não acontece nada, pelo menos na superfície, do lado de fora de nossos olhos. Só que, na verdade, é um mergulho fundo. Onde? Vai assistir pra ver.
E as Pipocas Infinitas, supremo prazer, não compareceram!! Viva!! Viva!!
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Disponível no mercado
Pois é...
Estou procurando emprego, e acho que meios não convencionais de procura tendem a dar mais certo. Ademais, estou atirando pra todos os lados, e nada melhor que um network para se espalhar uma idéia.
Embora eu saiba que os mercados aos quais me proponho sejam bem complicados de entrar, eu jamais perco minhas esperanças. Uma hora eu acerto. Aqui, vou explicar um pouco do que eu sou capaz de fazer.
Como já deu pra perceber, adoro a escrita. Adoro a língua portuguesa. Adoro o ato de escrever. Eu gostaria muito de viver disso. Se eu chegar ao cúmulo do profícuo de um Eduardo Almeida Reis, que escreve no Estado de Minas SETE dias por semana, estarei na glória. E tem muito periódico circulando por aí, regional, estadual e nacional. Infelizmente para os jornalistas, o governo chegou à conclusão de que não é necessário fazer jornalismo para escrever bem, e ter seu espaço. Eu sei o que é isso. Na minha época de faculdade, Fernando Henrique disse o mesmo do profissional que eu estava me preparando para ser. Hoje, qualquer um pode ser designer, é só ter uma ideia na cabeça e um computador na mão. Eu só espero que esses qualquer um não cismem de desenhar veículos de transporte ou casas. Mas, sinceramente, minha real vertente, ou inclinação para o ato da escrita não passa pelo periódico. Se acontecer, maravilha. Mas estou trabalhando para vender meu livro, Os Moinhos. Tenho recebido muitas críticas positivas, o que está me entusiasmando a escrever cada vez mais. Muitas idéias engarrafadas que tenho em casa podem vir a se tornar obras mais tarde. É como tatuagem: você faz a primeira, logo vem a fissura de fazer a próxima, por mais que se saiba que dói pacarai.
Se eu conseguir contrato com alguma editora, constará do texto do documento: farei todas as capas de meus livros. Não abro mão. Pode ser egoísmo da minha parte, mas minha terapeuta me ensinou a valorizar as coisas que conquistei: fiz cinco anos de faculdade de design com muito esforço, e não vou abandonar esta conquista assim tão facilmente.
Adoraria trabalhar como designer de identidades visuais. Livros, DVD's, CD's. Sei trabalhar em equipe. Sinceramente, acho que bastaria que confiassem em mim.
Gostaria, é claro, de fazer meu blog render algum dinheiro. Mas ainda não tenho confiança nele. O feed-back que tenho dele é ótimo, mas são poucas as pessoas que se manifestaram.
Não quero parecer desesperado, mas o tempo está passando e ainda não recebi o devido retorno aos esforços que continuo dedicando ao mundo. Estou vendo resultados tímidos aqui e ali, sinalizando que o esforço vai continuar. Sei que tenho uma boa qualidade de trabalho, só que ainda não vi resultados animadores de minha network.
Se você souber de alguém que esteja precisando de um cara como eu, me avise.
Estou procurando emprego, e acho que meios não convencionais de procura tendem a dar mais certo. Ademais, estou atirando pra todos os lados, e nada melhor que um network para se espalhar uma idéia.
Embora eu saiba que os mercados aos quais me proponho sejam bem complicados de entrar, eu jamais perco minhas esperanças. Uma hora eu acerto. Aqui, vou explicar um pouco do que eu sou capaz de fazer.
Como já deu pra perceber, adoro a escrita. Adoro a língua portuguesa. Adoro o ato de escrever. Eu gostaria muito de viver disso. Se eu chegar ao cúmulo do profícuo de um Eduardo Almeida Reis, que escreve no Estado de Minas SETE dias por semana, estarei na glória. E tem muito periódico circulando por aí, regional, estadual e nacional. Infelizmente para os jornalistas, o governo chegou à conclusão de que não é necessário fazer jornalismo para escrever bem, e ter seu espaço. Eu sei o que é isso. Na minha época de faculdade, Fernando Henrique disse o mesmo do profissional que eu estava me preparando para ser. Hoje, qualquer um pode ser designer, é só ter uma ideia na cabeça e um computador na mão. Eu só espero que esses qualquer um não cismem de desenhar veículos de transporte ou casas. Mas, sinceramente, minha real vertente, ou inclinação para o ato da escrita não passa pelo periódico. Se acontecer, maravilha. Mas estou trabalhando para vender meu livro, Os Moinhos. Tenho recebido muitas críticas positivas, o que está me entusiasmando a escrever cada vez mais. Muitas idéias engarrafadas que tenho em casa podem vir a se tornar obras mais tarde. É como tatuagem: você faz a primeira, logo vem a fissura de fazer a próxima, por mais que se saiba que dói pacarai.
Se eu conseguir contrato com alguma editora, constará do texto do documento: farei todas as capas de meus livros. Não abro mão. Pode ser egoísmo da minha parte, mas minha terapeuta me ensinou a valorizar as coisas que conquistei: fiz cinco anos de faculdade de design com muito esforço, e não vou abandonar esta conquista assim tão facilmente.
Adoraria trabalhar como designer de identidades visuais. Livros, DVD's, CD's. Sei trabalhar em equipe. Sinceramente, acho que bastaria que confiassem em mim.
Gostaria, é claro, de fazer meu blog render algum dinheiro. Mas ainda não tenho confiança nele. O feed-back que tenho dele é ótimo, mas são poucas as pessoas que se manifestaram.
Não quero parecer desesperado, mas o tempo está passando e ainda não recebi o devido retorno aos esforços que continuo dedicando ao mundo. Estou vendo resultados tímidos aqui e ali, sinalizando que o esforço vai continuar. Sei que tenho uma boa qualidade de trabalho, só que ainda não vi resultados animadores de minha network.
Se você souber de alguém que esteja precisando de um cara como eu, me avise.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Babagamush e o enigma d'O Enigma do Príncipe
Caraca! Os roteiristas da série Herry Potter enlouqueceram? Se a escritora J K Rowling supervisiona de perto cada coisa relacionada ao bruxo, o quê que deu na cabeça dela de permitir que modificassem a história àquele ponto?
Para quem está acompanhando a série apenas pelos filmes: bah!, vocês não sabem o que estão perdendo. Preguiça de ler, além de pecado, é doença. Vai se tratar.
Para quem ainda não assistiu ao filme: vai se preparando pros sustos. Passagens bacanas do livro simplesmente ficaram sumariamente de fora. E estou aqui, cruel defensor da Verdade contra as Pipocas Infinitas, para fazer uma lista do que vi de diferente no filme.
Primeiro: a primeira cena é, na verdade, o segundo capítulo do livro, e vice-versa: a cena em que Snape faz um voto cuja quebra é punida magicamente com a morte é a que abre a obra.
Segundo: Harry tem várias aulas de Defesa contra as Artes das Trevas com o prof. Snape, coisa de que não gosta nem um pouco - é só se lembrar d'A Ordem da Fênix e a Armada Dumbledore. Nessas aulas, Harry, como sempre, faz coisas que não agradam ao seboso, e precisa cumprir alguma detenção com ele. Na primeira delas, entra pela primeira vez numa penseira, e testemunha uma lembrança da infância de Sanpe. Está aí o mistério: porque Rowling permitiu que essa relação, que mostra muito do que será explicado no último livro, fosse sumariamente cortada?
Terceiro: porque não houve explicação do porquê que Tonks não estava com o cabelo rosa-chiclete na cena do ataque à Toca?
Quarto: porque, durante todo o filme, Azkaban não foi mencionada?
Quinto: porque Madame Rosmerta foi eliminada da cena do Três Vassouras, no caso do colar amaldiçoado? Julie Christie não quis trabalhar?
Sexto: Porque a Profa. Trelawney não estava no filme? Contenção de despesas? Mas David Thewlis só tem uma ceninha no filme todo...
Sétimo: porque a cena em que Harry e Dumbledore conhecem a origem dos pais de Voldemort foi sumariamente cortada? Nela há a explicação do porquê o anel dos Slytherin se transforma, mais tarde, na Horcrux que atacou a mão de Dumbledore...
Oitavo: Narcisa Malfoy, na minha imaginação,é beeeeeeem mais bonita que a atriz que escolheram para o papel.
Nono: quem socorre Harry no trem, preso por um feitiço embaixo da capa da invisibilidade é Tonks, e não Luna Lovegood.
Décimo: no livro, Harry vai sozinho à Sala Precisa, esconder o livro do Príncipe. Porquê Gina meteu seu bedelho? Só para beijá-lo?
Décimo-primeiro: na cena final, Harry está sob a capa da Invisibilidade, preso por um feitiço do próprio Dumbledore, e por isso testemunha tudo sem poder fazer nada. Quem acompanha o temperamento impulsivo de Harry ao longo de toda a saga não entendeu nada. Harry simplesmente não deixaria Dumbledore ficar desarmado diante justamente de Draco Malfoy. E Snape também: simplesmente não passaria por Harry sem fazer algo além de um sinal de silêncio. Puxa, fiquei puto com essa cena.
Décimo-segundo: o funeral de Dumbledore é uma das cenas mais bonitas do livro. Porquê foi sumariamente cortada?
Quer saber o que salva? A cena da caverna é ótima, e a pronúncia do feitiço da morte pelo ator Alan Rickman é o resumo de tudo o que o personagem Snape é na trama toda. Quem leu As Relíquias da Morte sabe do que estou falando. Quem se contenta só com o filme, vai esperar pelos próximos quatro anos, até que a segunda parte do sétimo longa seja lançada.
E morte às Pipocas Infinitas!
Para quem está acompanhando a série apenas pelos filmes: bah!, vocês não sabem o que estão perdendo. Preguiça de ler, além de pecado, é doença. Vai se tratar.
Para quem ainda não assistiu ao filme: vai se preparando pros sustos. Passagens bacanas do livro simplesmente ficaram sumariamente de fora. E estou aqui, cruel defensor da Verdade contra as Pipocas Infinitas, para fazer uma lista do que vi de diferente no filme.
Primeiro: a primeira cena é, na verdade, o segundo capítulo do livro, e vice-versa: a cena em que Snape faz um voto cuja quebra é punida magicamente com a morte é a que abre a obra.
Segundo: Harry tem várias aulas de Defesa contra as Artes das Trevas com o prof. Snape, coisa de que não gosta nem um pouco - é só se lembrar d'A Ordem da Fênix e a Armada Dumbledore. Nessas aulas, Harry, como sempre, faz coisas que não agradam ao seboso, e precisa cumprir alguma detenção com ele. Na primeira delas, entra pela primeira vez numa penseira, e testemunha uma lembrança da infância de Sanpe. Está aí o mistério: porque Rowling permitiu que essa relação, que mostra muito do que será explicado no último livro, fosse sumariamente cortada?
Terceiro: porque não houve explicação do porquê que Tonks não estava com o cabelo rosa-chiclete na cena do ataque à Toca?
Quarto: porque, durante todo o filme, Azkaban não foi mencionada?
Quinto: porque Madame Rosmerta foi eliminada da cena do Três Vassouras, no caso do colar amaldiçoado? Julie Christie não quis trabalhar?
Sexto: Porque a Profa. Trelawney não estava no filme? Contenção de despesas? Mas David Thewlis só tem uma ceninha no filme todo...
Sétimo: porque a cena em que Harry e Dumbledore conhecem a origem dos pais de Voldemort foi sumariamente cortada? Nela há a explicação do porquê o anel dos Slytherin se transforma, mais tarde, na Horcrux que atacou a mão de Dumbledore...
Oitavo: Narcisa Malfoy, na minha imaginação,é beeeeeeem mais bonita que a atriz que escolheram para o papel.
Nono: quem socorre Harry no trem, preso por um feitiço embaixo da capa da invisibilidade é Tonks, e não Luna Lovegood.
Décimo: no livro, Harry vai sozinho à Sala Precisa, esconder o livro do Príncipe. Porquê Gina meteu seu bedelho? Só para beijá-lo?
Décimo-primeiro: na cena final, Harry está sob a capa da Invisibilidade, preso por um feitiço do próprio Dumbledore, e por isso testemunha tudo sem poder fazer nada. Quem acompanha o temperamento impulsivo de Harry ao longo de toda a saga não entendeu nada. Harry simplesmente não deixaria Dumbledore ficar desarmado diante justamente de Draco Malfoy. E Snape também: simplesmente não passaria por Harry sem fazer algo além de um sinal de silêncio. Puxa, fiquei puto com essa cena.
Décimo-segundo: o funeral de Dumbledore é uma das cenas mais bonitas do livro. Porquê foi sumariamente cortada?
Quer saber o que salva? A cena da caverna é ótima, e a pronúncia do feitiço da morte pelo ator Alan Rickman é o resumo de tudo o que o personagem Snape é na trama toda. Quem leu As Relíquias da Morte sabe do que estou falando. Quem se contenta só com o filme, vai esperar pelos próximos quatro anos, até que a segunda parte do sétimo longa seja lançada.
E morte às Pipocas Infinitas!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
Recado desaforado para Cassia Cyrino
Cassinha,
quer fazer o favor de mandar essa sua cadela de estimação, a Modéstia, ir catar coquinho? Tem umas coisas que a gente aprende com esses Humanistas que devíamos realmente jogar no lixo. Modéstia, para quem passou dos trinta, devia ser desatarraxável. Usou até cansar, depois desatarraxa e descarta - sem reciclar, hein?
Leitor, explico: essa moça é autora do blog mais feminino que eu já li: paraoanoitecer.blogspot.com. Ela escreve bem pacarai. Sensível sem ser melosa, feminina sem ser feminista, sensual sem ser vulgar, erótica sem ser pornô, áspera sem ser bruta, uma delícia de ler.
É difícil encontrar uma mulher que não saiba escrever bem. Quando uma delas resolve, põe até Saramago no chinelo (aliás, alguém conhece alguma escritora que tenha recebido o Nobel? Ô premiozinho machista, sô!). Eu sei de uma pá. E o raro fenômeno de conhecer uma escritora das boas em pleno processo de nascimento? Hmmmm, que delícia!! E essa moça é delas, pode apostar.
E vem falar comigo que não merece meus elogios? Ah, faça-me o favor! Diga apenas o que aquela minha amiga arquiteta responde: "I'm fucking good"! Melhorar? Só se quiser, minha flor.
Eu venho dizendo isso a todas as mulheres que eu tenho oportunidade de conversar sobre o assunto: está na hora dessa mulherada retomar o poder. Já chega de capitalismo machista, devorador e devastador. Precisamos do socio-capitalismo feminino, plural, acolhedor. Garanto que dessa forma essa utópica Era de Aquário vai, finalmente, se instalar. Mulher sabe fazer as coisas. Elas são muito mais inteligentes que os homens, e deveriam seguir o exemplo de algumas fêmeas da natureza: macho é só para procriar (está bem, vá lá, um sexo gostoso e bem feito também tem seu lugar...). Casamento, com o macho dominante, já era, estamos cansados de ver. Então! Sigam a sensibilidade da Cassinha, mulheres, vocês vão se dar bem!!
Assinado,
Jader (feminista com todo o orgulho!!!)
quer fazer o favor de mandar essa sua cadela de estimação, a Modéstia, ir catar coquinho? Tem umas coisas que a gente aprende com esses Humanistas que devíamos realmente jogar no lixo. Modéstia, para quem passou dos trinta, devia ser desatarraxável. Usou até cansar, depois desatarraxa e descarta - sem reciclar, hein?
Leitor, explico: essa moça é autora do blog mais feminino que eu já li: paraoanoitecer.blogspot.com. Ela escreve bem pacarai. Sensível sem ser melosa, feminina sem ser feminista, sensual sem ser vulgar, erótica sem ser pornô, áspera sem ser bruta, uma delícia de ler.
É difícil encontrar uma mulher que não saiba escrever bem. Quando uma delas resolve, põe até Saramago no chinelo (aliás, alguém conhece alguma escritora que tenha recebido o Nobel? Ô premiozinho machista, sô!). Eu sei de uma pá. E o raro fenômeno de conhecer uma escritora das boas em pleno processo de nascimento? Hmmmm, que delícia!! E essa moça é delas, pode apostar.
E vem falar comigo que não merece meus elogios? Ah, faça-me o favor! Diga apenas o que aquela minha amiga arquiteta responde: "I'm fucking good"! Melhorar? Só se quiser, minha flor.
Eu venho dizendo isso a todas as mulheres que eu tenho oportunidade de conversar sobre o assunto: está na hora dessa mulherada retomar o poder. Já chega de capitalismo machista, devorador e devastador. Precisamos do socio-capitalismo feminino, plural, acolhedor. Garanto que dessa forma essa utópica Era de Aquário vai, finalmente, se instalar. Mulher sabe fazer as coisas. Elas são muito mais inteligentes que os homens, e deveriam seguir o exemplo de algumas fêmeas da natureza: macho é só para procriar (está bem, vá lá, um sexo gostoso e bem feito também tem seu lugar...). Casamento, com o macho dominante, já era, estamos cansados de ver. Então! Sigam a sensibilidade da Cassinha, mulheres, vocês vão se dar bem!!
Assinado,
Jader (feminista com todo o orgulho!!!)
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Babagamush e as Pipocas Infinitas
Estou à procura de silêncios. Estranhamente, eles se tornaram importantes para mim como o alimento, a água ou o ar. Estou poluído pelo som, pelo barulho, pelo ruído. Quando vou ao cinema, as Pipocas Infinitas não me deixam curtir a fita. Quando vou a um concerto, impiedosas pessoas não fazem nada contra, e as Tosses Infinitas acompanham cada acorde. Quando vou à praia, à cachoeira ou ao campo, tem sempre um engraçadinho que acha que mereço ouvir o funk que ele trouxe, e o põe no último volume.
Não gosto de conversar gritado em festa e bar e boate. Ou fico mudo ou estou na pista de dança. Bar com música ao vivo não foi feito pra se conversar - pelo menos parece ser o que os donos acham. Bar pra se conversar é música ambiente, e baixa, porque com música alta as pessoas têm o estranho hábito de ir aumentando o volume da voz, competindo até gritar.
O silêncio é de ouro, diz um ditado italiano. Dá pra sentir o perfume de um silêncio. Dá pra tocar, sentir o sabor. Dá pra sentir a vibração. Parece que estamos colhendo pedras preciosas. A palavra escrita, quando lida em silêncio, entra em outra dimensão fonética, vira imagem de imediato.
Estou desaprendendo a achar ruim os ruídos, acho que é porque estou aprendendo a dar mais valor aos silêncios que experimento aqui e ali. Estou chegando até ao silêncio da mente, o ápice da técnica de meditação, preciosidade suprema. Caminho árduo, devo dizer, mas muito, muito compensador.
Eu rio das Pipocas Infinitas. Quem não consegue fruir uma obra sem mastigar (bovinos...) pra mim é risível. Por isso criei o herói Babagamush e suas indefectívies Pipocas. Ele vai estar por aqui, neste blog, comentando cinema.
Não gosto de conversar gritado em festa e bar e boate. Ou fico mudo ou estou na pista de dança. Bar com música ao vivo não foi feito pra se conversar - pelo menos parece ser o que os donos acham. Bar pra se conversar é música ambiente, e baixa, porque com música alta as pessoas têm o estranho hábito de ir aumentando o volume da voz, competindo até gritar.
O silêncio é de ouro, diz um ditado italiano. Dá pra sentir o perfume de um silêncio. Dá pra tocar, sentir o sabor. Dá pra sentir a vibração. Parece que estamos colhendo pedras preciosas. A palavra escrita, quando lida em silêncio, entra em outra dimensão fonética, vira imagem de imediato.
Estou desaprendendo a achar ruim os ruídos, acho que é porque estou aprendendo a dar mais valor aos silêncios que experimento aqui e ali. Estou chegando até ao silêncio da mente, o ápice da técnica de meditação, preciosidade suprema. Caminho árduo, devo dizer, mas muito, muito compensador.
Eu rio das Pipocas Infinitas. Quem não consegue fruir uma obra sem mastigar (bovinos...) pra mim é risível. Por isso criei o herói Babagamush e suas indefectívies Pipocas. Ele vai estar por aqui, neste blog, comentando cinema.
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